Nem cheinha, nem obesa, nem plus size. Gorda, sim. E feliz!

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Elas deixaram de se esconder sob roupas largas, inseguranças e antigos estereótipos para invadir passarelas, carnavais, campanhas publicitárias e assumir de vez o papel de protagonistas — tanto das próprias vidas quanto de situações tradicionalmente dominadas por pessoas magras.

Elas não aceitam mais ser chamadas de “cheinhas”, “gordinhas” ou qualquer outra palavra usada para amenizar o que não é um xingamento. Estão aprendendo a lidar com o preconceito da sociedade e, hoje, não ligam para a opinião de mais ninguém — a não ser a delas próprias.

Elas são gordas, bem resolvidas e, acima de tudo, felizes.
Agora é a vez delas

Pense nas modelos mais famosas do mundo, nas personagens principais de novelas, nas blogueiras com mais seguidores nas redes sociais. O que vem à sua mente?

A chance de você ter imaginado mulheres magras é grande, afinal esse é o biotipo que impera na mídia desde sempre. A novidade é que esse cenário vem passando por mudanças nos últimos anos — e um exemplo disso é o videoclipe da música “Jenifer”, sucesso de Gabriel Diniz que bombou no último verão.

Em vez de uma pessoa magérrima ou sarada, o músico escolheu a atriz Mariana Xavier para ocupar o posto de musa da canção. “Quando eu fui convidada e aceitei fazer o clipe, pra mim era mais um trabalho, mas com esse ‘plus’ de ser mais uma ajudinha na desconstrução desse padrão de beleza tão opressor que a mídia tenta enfiar ‘goela abaixo’ da gente", diz Mariana. "Mas eu nunca pensei que seria um sucesso tão grande”.

A atriz reconhece que a música tem uma melodia “chiclete” e temática envolvente — o que, segundo ela, já garantiria o sucesso —, mas acredita que a repercussão foi ainda maior por conta da identificação das pessoas em geral com o vídeo.
"O nome dela é Jenifer"

“Acho que o público ansiava por isso, por se enxergar nas produções. Quando eu, que sou uma pessoa dentro da média da população, sou colocada nesse lugar de musa, a maioria das mulheres se enxerga naquele papel também e pensa: ‘se pode ser a Mariana, poderia ser eu’”.

O resultado foi a elevação na autoestima de muitas mulheres. “Acredito que Jenifer tem ajudado muita gente a se sentir melhor consigo e aproveitar o verão de uma forma mais leve, despretensiosa e divertida”, comemora.


Isso é representatividade

A identificação do público citada por Mariana nada mais é do que a chamada representatividade, quando grupos que geralmente não se associam a padrões pré-estabelecidos se sentem socialmente representados, principalmente, na mídia. E a falta dela já foi — e continua sendo — um problema para muitas pessoas.

A empresária Cátia Martins, de 39 anos, sentiu isso na pele. Apaixonada pelo Carnaval, templo de mulheres magras e saradas nas avenidas pelo Brasil, ela sempre quis ter papel de destaque na festa. Mas por conta da forma física tinha de se contentar em desfilar em alas tradicionais.

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