Entenda por que Colin Kaepernick virou ícone de protesto contra o racismo nos EUA

Colin Kaepernick ajoelhado durante hino americano — Foto: Ezra Shaw / Getty Images


A carreira de Colin Kaepernick na NFL teve uma ascensão tão rápida quanto seu declínio. Apesar disso, a imagem do quarterback transcendeu a liga profissional de futebol americano dos Estados Unidos - e o próprio esporte - a partir do momento em que se engajou em questões sociais como a que agora assola o país mais rico do mundo, na esteira do assassinato de George Floyd em Minneapolis, na semana passada.

O estabelecimento de Kaepernick começou nos gramados. Selecionado pelo San Francisco 49ers na segunda rodada do Draft de 2011, passou sua primeira temporada na liga como reserva do titular e badalado Alex Smith. Em seu segundo ano, a combinação de passes precisos e muita velocidade convenceu o treinador Jim Harbaugh a lhe dar uma chance no time inicial. O quarterback a agarrou qual um wide receiver.


O "fator" Kaepernick, então com 25 anos, foi o diferencial dos 49ers que avançaram até o Super Bowl XLVII, em fevereiro de 2013 - quando caíram diante do Baltimore Ravens. Na temporada seguinte, ele de novo conduziu o time californiano até a final da NFC, quando San Francisco perdeu para o Seattle Seahawks, que se sagraria campeão.


Já considerado um dos grandes astros da NFL - e com uma polpuda extensão de contrato com os 49ers por seis anos -, Kaepernick teve um desempenho apenas razoável na temporada 2014/2015, mas as críticas foram relativizadas por causa do enfraquecimento da equipe e da saída de Harbaugh. O desempenho continuou em queda na temporada 2015/2016. A desconstrução dos 49ers ensejou o ocaso do quarterback.


Foi nesse meio-tempo que ele entrou no cenário do país como ativista. Na esteira de uma sequência de assassinatos de cidadãos negros, em geral por abuso de policiais, criou-se um movimento de protesto contra o racismo nos Estados Unidos. Em um jogo de pré-temporada em 2016, Kaepernick abaixou-se durante o hino nacional e se recusou a cantá-lo. Ele também usou meias que tinham imagens de policiais caracterizados como porcos durante os jogos.
Colin Kaepernick durante treinos em novembro de 2019 — Foto: Elijah Nouvelage/Reuters
Colin Kaepernick durante treinos em novembro de 2019 — Foto: Elijah Nouvelage/Reuters

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