RELATOS DE ABUSOS MORAIS NO ESPORTE CLUBE PINHEIROS Esporte (ECP)

Jackelyne Silva faleceu aos 17 anos, um mês depois de ser demitida do Pinheiros - Ricardo Bufolin/CBG

O Pinheiros é o clube que mais investe em esporte olímpico no Brasil. Em mais de 100 anos de história, foram 12 medalhas conquistadas em Olimpíadas. Só em 2016, 62 atletas do clube estiveram na delegação brasileira nos Jogos do Rio.

Uma auditoria interna feita pelo próprio clube durante o ano passado revelou a existência de denúncias graves de injúrias raciais e de assédio moral contra técnicos da equipe de ginástica artística por parte de alguns atletas. O Esporte Espetacular teve acesso a um relatório feito pela governança do Pinheiros, órgão responsável pela manutenção da ética no clube. O documento contém o resultado e a análise dessa auditoria. No próprio nome da auditoria, o motivo da perícia: diligenciar atletas. Ou seja: socorrer atletas.
- Foi comprovado por meio das audiências com os atletas da Ginástica Olímpica, inclusive corroborado por atletas das outras categorias que ocorrem casos frequentes de assédio moral e abuso de poder por parte da equipe técnica, em particular os técnicos que trabalham com crianças menores com idades de 06 a 14 anos - analisou a auditoria.
RELATOS DE ABUSOS MORAIS

As ocorrências relatas se deram no período de 2013 até 2019. Ao todo, 16 atletas foram ouvidos. O documento do Esporte Clube Pinheiros (ECP) traz os relatos de abuso moral sofrido pelos ginastas, sem citar os nomes para manter o anonimato.


Existem relatos de injúrias raciais contra um atleta negro de 15 anos. O Esporte Espetacular aqui omite a identidade do ginasta por se tratar de uma vítima menor de idade.

Um mês antes de morrer, Jackelyne tinha sido demitida da ginástica do Pinheiros. De acordo com os pais, a ginasta recebeu a notícia por uma mensagem de celular.

- Quando eles fazem o teste, a gente tem que ir junto por ser de menor. A gente recebe o contrato para ser assinado, a papelada toda. Na demissão, a gente esperava do mesmo jeito, mas não. Até hoje a gente não assinou nenhuma demissão dela. Nada. Foi só o whatsapp mesmo - disse Graciele Soares da Silva, mãe da Jacke.

Estes são alguns relatos dos atletas sobre o assédio moral que Jackelyne sofreu, de acordo com a auditoria do Pinheiros.

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